Parágrafo - Filosofia da Caixa Preta

     Em primeira análise, o que me chama a atenção em qualquer texto de Vilém Flusser é sempre sua atemporalidade, a capacidade de adaptação automática do texto à atualidade. Em "A Filosofia da Caixa Preta" não é diferente, visto que Flusser discorre sobre a arte essencial da fotografia como linguagem imagética. Não é um texto sobre fotografia, mas sobre imagem, e sobre como a imagem tem sua origem de forma natural e depois ganha forma técnica. É sobre como a linguagem e o conhecimento humano tem origem primordial nas imagens e como a relação homem-imagem dita uma parte importante da história da humanidade. É a partir dessa relação que se tira a ideia de comunicação, de sincretismo. Quanto mais fraca se torna a ligação entre o código e o codificador, mais necessária se faz a origem de um novo código, e todos esses vêm, essencialmente da imagem e do pensamento humano. Conforme as ligações mudam, é necessário que hajam novos códigos, novas técnicas, que são as simulações. Dessa forma, aparece um novo elemento na relação homem-imagem, a máquina, a entidade tecnológica que vai não só capturar as imagens de forma técnica, mas também vai simular o pensamento humano por meio da memória da "Caixa Preta". 

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